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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"Cambistas" de domínios: veja como eles agem na web



Reprodução
Domínios na web: novas regras

O título da matéria pode soar um pouco estranho, mas você leu direitinho: tem gente registrando domínios interessantes apenas para vendê-los mais tarde, assim como acontece com ingressos de shows concorridos. O internauta cria um site com um nome atrativo e aguarda até que uma empresa ou pessoa interessada faça a oferta. Este é um mercado super comum fora do Brasil, mas que está se popularizando cada vez mais no país. E o motivo é simples: os domínios na internet são como endereços físicos: se você compra um domínio com uma palavra-chave muito boa, é o mesmo que comprar um terreno no ponto mais badalado de sua cidade.

Para entender melhor como esse mercado funciona é preciso conhecer as duas formas de se comercializar domínios. A primeira delas é a mais comum. Uma pessoa registra um domínio qualquer, como por exemplo, www.wifi.com.br e o coloca a venda. O interesse pode surgir espontaneamente, quando uma pessoa física ou jurídica decide comprar o domínio; mas às vezes é necessário correr atrás da venda. O dono do registro sai em busca de um possível comprador, entrando em contato com empresas do ramo que, possivelmente, gostariam de adquirir o endereço. "Já saí ligando para companhias e deu certo. Na terceira ligação vendi meu domínio", conta Antonio Ventura, empresário que gastou R$ 30 para fazer o registro e faturou cerca de R$ 3 mil na venda do endereço citado.

A outra maneira é ainda mais fácil, pois não exige nem mesmo a criatividade do futuro proprietário. Segundo Antonio, o Registro.br faz leilões de domínios que estão abandonados por falta de pagamento, ou simplesmente foram abandonados pelos seus donos (estima-se que 3 em cada 4 domínios registrados são abandonados ao final da anuidade). De tempos em tempos eles listam uma quantidade absurda de endereços parados que podem ser adquiridos por R$ 30. "Eu escolho o nome que mais me agrada e dou meu lance. Se ninguém quiser disputar comigo, eu compro o domínio por R$ 30. Mas, se mais alguém quiser o domínio também, eu devo aguardar o novo leilão. Caso haja disputa pelo nome por mais de três leilões, o endereço é congelado", explica Antonio.

O mercado negro dos domínios

Como o registro de domínios funciona no esquema "quem pegar primeiro, leva", não há nenhum impedimento legal em comprar nomes genéricos para vendê-los depois. Na verdade, nem mesmo é proibido registrar domínios com nomes de marcas ou empresas. De acordo com Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do .br), para registrar um domínio é necessário CPF ou CNPJ, mas qualquer pessoa pode registrar o que quiser, desde que esse endereço esteja ligado a ela ou a sua empresa.

Porém, se alguém compra um domínio com nome de marca ou empresa alheia, pode sofrer um processo e será obrigado a transferir o endereço para a pessoa ou companhia responsável pelo nome. "Na hora do registro não tem como checarmos se o nome registrado no endereço é mesmo da pessoa ou empresa, mas o proprietário está ciente de que se registrar uma marca ou nome próprio, a empresa lesada pode processá-lo", completa.

Esse tipo de registro é bastante comum, mas é visto como antiético dentro do mercado de comercialização de domínios. O internauta se apropria de nomes de marcas, adicionando o .com.br (ele compra, por exemplo, owww.apple.com.br ou www.cocacola.com.br antes mesmo das companhias), e torce para que a empresa em questão precise desse endereço um dia e, obviamente, pague um bom dinheiro por ele. "O problema é que há uma forma de não ser processado mesmo usando o nome alheio. Se a pessoa vincula o nome a alguma coisa diferente da marca ou empresa [por exemplo, inventa 2 bonequinhos chamados 'Coca' e 'Cola', e coloca-os ilustrando o site de historinhas para crianças], ela pode conseguir ficar com o endereço. Então, ela consegue que a empresa pague um preço pela venda do domínio", conta Antonio.

Segundo Antonio, já aconteceu de domínios com nomes de programas televisivos serem comprados por um bom dinheiro e também terem sido retirados do proprietário após um processo. Ao mesmo tempo, na modalidade ética de comercialização, muita gente também já embolsou muito dinheiro criando domínios atrativos - como é o caso do imóveis.com.br, que rendeu ao registrante inicial US$ 300 mil; e do trabalhar.com, que foi vendido por US$ 20 mil.

Fazendo a coisa certa
Se você se interessou por esse mercado, acesse os leilões de domínios ou use a criatividade para registrar um bom nome. Caso você queira comprar domínios já registrados para iniciar seu site, busque pelo proprietário do endereço e pague pela transferência do domínio. Há também a possibilidade de comprar o site inteiro com todo seu conteúdo. Saiba mais sobre essa modalidade clicandoaqui.

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